sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

OBRA COMPLETADA CONSOLIDA A ALEGRIA

Filipenses 1.6 - "Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus".


Refletindo a respeito da obra de um líder e as sensações que ele experimenta ao longo de suas experiências, aprendo algumas coisas importantes.
Primeiro, diferente de outras profissões, a liderança é um desafio que não tem fim. O líder passa, mas a obra continua a ser edificada na vida da pessoa.
Segundo, a liderança é medida por valores abstratos e interiores. Não se pesa um resultado de um líder pela ótica humana e valores transitórios.
Terceiro, a liderança é fundamentalmente relacional. Não se lidera na base da produtividade, da coerção da força de um contrato ou de intimidação. É uma conquista pelo amor e respeito.

Bem, então o Apóstolo Paulo fala de uma certeza ("estou plenamente certo"). Uma certeza traz paz, segurança. É uma certeza de fé (Hebreus 11.10). Estamos falando de um homem que tinha como missão ganhar vidas, estabelecer igrejas e formar líderes para essas novas igrejas locais. Ela não podia, dado ao seu chamado itinerante, permanecer pessoalmente por todo o tempo para cuidar dos frutos que conquistava em Cristo. Então, o que poderia trazer a certeza que a obra não se perderia depois da sua partida?

Ele continua dizendo que estava certo que "aquele que começou a boa obra" (O Espírito Santo). Em outra ocasião ele compara o Espírito Santo ao penhor, a garantia. Ou seja, Ele é a garantia que nós somos de Cristo e estamos santificados para a Sua Vinda em glória. Espera aí, vale uma observação. Quem começou a obra não foi o apóstolo? Ele foi sim o instrumento. Ele reconhecia que tudo começa em Deus (o Alfa) e tudo termina, converge para Deus (o Ômega). A glória é dEle, sempre.

Ele fecha sua confiança nas palavras "há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus". Paulo não carregava esta ansiedade como se tudo convergisse nele e para ele. Ele não era o centro do evangelho e não ostentava ocupar o lugar de Cristo. Isto é libertador! Ele não precisava tentar ser o que não era. Este peso não lhe pertencia. Convencer não era seu papel. Manter as pessoas firmes na fé não dependia só dele.

Quero, suscintamente, pontuar algumas posturas libertadoras para um líder:

1. Concentre seu chamado em pessoas. Não as veja como números. Não as trate como peças de engrenagem. Valorize-as em seus dons e peculiaridades.

2. Não lance um excesso de idealizações e projeções pessoais sobre a pessoa. Muitos líderes sobrecarregam demais os liderados com expectativas trazendo sobre eles um peso. Talvez uma frustração vivida pode levar o líder a desejar que o outro faça o que ele não conseguiu.

3. Não precisa cercar com zelo abafante. Você pode ser um tutor, um discipulador, um lider, um mentor, mas jamais Deus. Existe um limite de cuidado, de ajuda. Liderar é acompanhar a pessoa, é ensiná-la até que ela, maduramente, tenha condições de conduzir-se prudentemente pelo Espírito Santo.

4. Se Deus não mudar a pessoa, muito menos você. Se Deus não evitou uma queda, muito menos você. Um líder não pode querer ocupar o lugar de Deus. Dê o seu melhor como se tudo dependesse de você, é uma premissa correta. Porém, somos apenas amigos do noivo, cuidando da sua noiva. Não somos o salvador da noiva.

5. Não tente cuidar de muitas pessoas ao mesmo tempo. Concentre sua fé e energia naqueles que Deus já lhe entregou. Discipule semanalmente, instrua, visite, ore. Uma pessoa bem cuidada é uma semente. Após ela tem inúmeras pessoas. Na ânsia de ganhar muitas não discipulamos bem. É melhor apresentar "frutos que permanecem" a enganar-se com resultados superficiais.

6. Construa um ambiente de alegria e fé em seus relacionamentos. Em Cristo a obra já foi realizada. Celebre os bons momentos ao lado das pessoas que Deus colocou em sua vida. Ore nas suas tribulações. Cante nas suas vitórias. Seu discipulado já deu certo! Deus já tem muito orgulho da sua vida e dedicação. Aleluia!

Que Deus te dê sabedoria, paciência e fé para ganhar vidas e cuidar bem de cada uma delas.

Um comentário:

Toninho disse...

Nosso amado Pastor. Desculpe-nos pelo atraso na leitura desse texto. Realmente em que estamos nos concentrando. O texto nos traz alívio. Estamos, eu e Narinha, para assumir a liderança de uma célula. Antes, como anfitriões, vivíamos mais tranquílos. Éramos a sombra do Nivan e da Márcia. Agora, a postura será outra. Muito importante sabermos de que não são os números que devemos criar mas as pessoas que realmente estão firmes na Palavra de Deus. Obrigado e paz.